Entrevista com Tamás Kovács, responsável pela assessoria técnica da Guardian Glass
“Pretendíamos mostrar que, com o vidro atual, podemos relacionar os ambientes exterior e interior, mesmo em ambientes extremos, assegurando baixos consumos energéticos”
A Casa do Deserto, concebida e implantada no Deserto de Gorafe, em Espanha, pela Guardian Glass, é um pequeno laboratório de ensaio sobre a utilização do vidro em ambientes extremos.
Tamás Kovács, especialista em vidro e responsável pela assessoria técnica ao projeto da Casa do Deserto, fala sobre a autossuficiência energética da Casa, os fatores da envolvente arquitetónica que interagem diretamente com o vidro utilizado e os desafios que o projeto suscitou em termos da seleção dos diferentes vidros ali aplicados.
P – “A Casa do Deserto” é um edifício eficiente e auto-suficiente em termos energéticos, de consumo quase zero … Qual o papel que o vidro aqui desempenha? Quão importante é para o projeto e como o potencia?
É fácil ver o papel do vidro, bastando olhar para a casa: todas os planos verticais são totalmente em vidro. Desde o início do projeto esta foi uma condição fundamental, já que a intenção era relacionar o ambiente interior e a envolvente externa tanto quanto possível. Ao mesmo tempo, estas grandes superfícies de vidro representam um enorme desafio por forma a manter um baixo consumo de energia, no clima desértico em causa. E isso é exatamente o que queríamos demonstrar: com o atual vidro revestido, podemos enfrentar este desafio.
P – Que outros fatores da envolvente arquitetónica interagem diretamente com o vidro e como é que estes se relacionam?
Trata-se de um sistema complexo e todos os elementos devem trabalhar em simultâneo e harmonia para evitar, por exemplo, o superaquecimento durante o tempo quente.
Tamás Kovács, responsable de asesoramiento técnico de Guardian Glass.
P – Então, quão importante foi a coordenação entre os arquitetos e os demais profissionais que interviram no processo?
Extremamente importante, passámos por várias fases de planeamento e cálculos em matérias de âmbito estético-formal, de eficiência energética bem como de âmbito estrutural, à medida que chegávamos à especificação final. Foi realmente um projeto internacional com especialistas de vários países da Europa e, pessoalmente, achei muito emocionante integrar esta equipa.
P – O vidro exterior usado neste projeto é o Guardian SNX 60 que, além disso, foi combinado com outros para se adaptar ao projeto “A casa do deserto”. Como se comporta este tipo de vidro e porque foi esta a escolha? Quais são as suas características técnicas?
Um ambiente exigente requer um vidro de alto desempenho que seja capaz de responder ao clima mais adverso: daí a seleção do Guardian SNX 60, um vidro que a Guardian recomenda para edifícios residenciais com grandes áreas envidraçadas em ambientes climatéricos difíceis. Neste caso, e como estamos a falar de nada mais nada menos do que o deserto, optámos por um envidraçado triplo com a seguinte configuração:
– Chapa de vidro exterior: 10 mm Guardian SNX 60 HT
– Caixa de ar 1: 18 mm, 90% de árgon
– Chapa de vidro intermedia: 6 mm ClimaGuard Premium2 T
– Caixa de ar 2: 18 mm, 90% de árgon
– Chapa de vidro interior: 5.5.4 Vidro laminado
Esta configuração espectralmente seletiva fornece 52% de transmissão de luz, juntamente com um fator solar de 25%, o que significa que bloqueia 75% da energia solar por forma a que finalmente se obtenha um valor de Ug de 0,5 W / m2K para um muito bom isolamento térmico.
P – Então, estas especificações técnicas asseguram que não tenhamos um interior frio durante o inverno, nem quente durante o verão …
Certo. Acrescentaria que tudo isto é agora possível sem perdas significativas de luz natural; os habitantes da casa também terão muita luz natural no interior.
Guardian ha aportado su vidrio Guardian SNX 60, especialmente indicado en edificios residenciales con amplias superficies de vidrio en entornos climatológicos severos. Foto: Gonzalo Botet.
P – Para além do uso do vidro da Guardian Glass nos ambientes mais extremos, quais os benefícios deste tipo de vidro para janelas de âmbito doméstico?
O benefício mais significativo é a possibilidade de poupança energética: o baixo índice solar pode ajudar na redução de uso do ar condicionado, enquanto o baixo valor de Ug pode contribuir para diminutas necessidades de energia para fins de aquecimento.
P – Quais foram os principais desafios técnicos neste projeto?
Resumindo, diria que o desafio era criar uma solução integrada, estruturalmente estável, que não precisasse de mais energia para além da que seria fornecida pelos painéis fotovoltaicos na cobertura e ainda suficientemente transparente para que os seus habitantes se sentissem em pleno contacto com o ambiente natural em seu redor.
P – Sendo um especialista em vidro, terá sido este um dos seus mais complexos projetos de concretizar?
Seguramente. E também um dos mais desafiantes no que diz respeito à comunicação com outros especialistas. Simultaneamente, tive o prazer de seguir pessoalmente “toda a vida” do projeto planeando inteiramente o percurso até ao fabrico do vidro, o que não acontece com muita frequência no meu trabalho diário.
P – E o efeito final? Está contente com os resultados?
Sim. Acho que a casa é bastante espetacular. Há sempre algumas questões inesperadas no caminho para a concretização final, mas estou satisfeito com a maneira como as resolvemos.
P – Quais as novas tendências de vidro da Guardian Glass?
Na Guardian Glass encontramo-nos realmente focados na necessidade de janelas eficientes do ponto de vista energético e acústico. Estamos em constante desenvolvimento, trabalhando afincadamente, para antecipar e satisfazer as necessidades dos nossos clientes. E em termos de estética, diria que existem duas grandes tendências: por um lado, a que exige vidro mais neutro e transparente e, por outro, para um vidro mais colorido e reflexivo que combina e interage com o meio envolvente. Temos uma vasta gama de vidro de alto desempenho – os nossos produtos de vidro Guardian SunGuard® e ClimaGuard® – podem dar resposta a qualquer meio ambiente, a qualquer gosto e design. O nosso vidro pode até suportar processamento adicional, como por exemplo dobrar, dando mais liberdade aos arquitetos na criação de projetos únicos.
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